Meu mundo em LINUX

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

25 MOTIVOS PARA MUDAR PARA O SOFTWARE LIVRE

Amigos, outro dia estava no irc do #ubuntu-br e estávamos falando sobre mudar para LINUX e foi falado sobre uma matéria que havia saído em inglês sobre 25 razões para se mudar para Linux, e eu tinha visto esta reportagem, e agora resolvi postar para vocês.
Espero que possam ver que motivos existem, mas precisa ser quebrado uma resistência existente.
Leiam, perguntem, questionem pois só assim que a comunidade LIVRE cresce, com a ajuda de todos:

(1) Pelo fato de ser licenciado sob uma licença de software livre[2], o Linux[9] (e também os outros softwares livres) está disponível, sem custo, para qualquer um que se disponha a baixá-lo da Internet. Ele pode também ser comprado em caixinha, por exemplo, por um preço bem razoável. Uma cópia pode ser reutilizada em quantos computadores se desejar, sem nenhuma restrição. Essa ação é exatamente o extremo contrário do que se pode fazer com o MS Windows, que pode custar facilmente 400 reais por computador.

(2) Por ser um software livre, o Linux também é livre no sentido de que qualquer um que se disponha pode alterar o programa, ou seja, adicionar código próprio de qualquer maneira que deseje. No entanto, o código modificado só poderá ficar fechado ou secreto caso as versões modificadas não sejam redistribuidas (i.e., distribuídas ou vendidas para fora de uma organização). Esse caso também é o contrário do que acontece com o MS Windows, pois qualquer modificação no software é, geralmente, proíbida e a compra do mesmo não implica no fornecimento do código fonte do programa. O código fonte é a versão original de um programa escrito em uma linguagem acessível a humanos. Ele é convertido em linguagem de máquina (inteligível para nós) por um programa chamado de compilador, para que possa ser diretamente entendido pelo computador; geralmente é necessário ter acesso ao código fonte (legivel para nós) para se poder fazer alterações no programa. O fornecimento do código fonte também se torna uma poderosa fonte de estudos, já que olhando um código fonte bem feito, pode-se aprender as maneiras de se construir um bom programa. Essa vantagem de se alterar livremente o código, e sem a necessidade de se mostrar essas modificações para pessoas de fora (caso o software fique restritamente dentro da organizaçaõ e não seja distribuido/vendido de alguma forma), tem sido um importante fator em grandes organizações[3]

(3) Suporte de alto nível para linux está disponível livremente pela Internet, incluindo fóruns e grupos de notícias. Algumas pessoas afirmam que esse suporte é, pelo menos, tão bom quanto o proporcionado pelos sistemas operacionais proprietários (i.e. comercial), com a grande diferença de que o primeiro é gratuito e o segundo pago. O suporte ao Linux também pode ser encontrado na forma comercial, se desejado. Além dos tipos comuns de suporte que podem ser oferecidos para sistemas operacionais, ainda podem ser oferecidos: alterações no sistema o que permite adequar o programa à realidade de uma empresa ("customização"), adição de novos programas, instalação de correções de segurança e consertos (apesar desses dois últimos ítens serem infreqüentes no Linux).

(4) A probabilidade do suporte para Linux ser descontinuado em um futuro próximo é muito pequena, seja por obsolescencia planejada ou seja por qualquer outra razão, pois o código fonte está disponível para qualquer um. Então até mesmo indivíduos independentes podem prover suporte gratuíto na Internet ou pago para uma empresa, basta apenas ter o conhecimento. Ao contrário, com o MS Windows e outros programs proprietários nos quais o código fonte é geralmente mantido em segredo, obter suporte se torna uma tarefa árdua (tanto tecnicamente como legalmente falando) se o desenvolvedor decidir retirar o produto do mercado (por exemplo, para forçar uma atualização ou uma nova versão).

(5) Com o Linux, tem-se pouco ou nenhum medo de uma grande obsolescencia de sistema. Isso se deve ao fato da arquitetura UNIX, na qual o Linux é baseado, ter sido exaustivamente testada e refinada por mais de 35 anos, se mostrando extremamente eficiente, robusta e segura. Melhoras são acrescentadas em um rítmo acelerado, mas as novas versões se mantém basicamente compatíveis com as arquiteturas UNIX que estão sob o Linux.

(6) Não há atualizações forçadas[4] para usuários Linux. Isto deve-se ao fato de que versões antigas continuam a ser suportadas (e.g. desenvolvimento de correções de segurança e de controladores(drivers) de dispositivo) e também que as novas versões estão disponíveis livremente (como todo programa livre) e são altamente compatíveis com as anteriores. Os desenvolvedores de programs proprietários, no entanto, tem fortes incentivos financeiros para criar obsolescencia planejada, e induzir usuários de versões anteriores a gastar dinheiro em novas versões com duvidosas melhorias que eles não precisam (geralmente isso é alcançado através do marketing agressivo)

(7) Caso um usuário decida por atualizar seu Linux para uma versão mais nova, não haverá taxas de licença e outros custos se o usuário escolher uma distribuição livre (i.e. versão). Além do que, o treinamento, modificação/conversão de programas, aquisição de equipamentos e outros custos associados com a atualização para uma nova versão são relativamente baixos por causa da compatibilidade com as versões mais antigas.

(8) Em Linux não há necessidade de se manter um sistema caro de controle de licenças. Em uma empresa com centenas ou milhares de computadores, uma equipe deve ser dedicada a apenas controlar essas licenças, e garantir que todos os computadores estão de acordo com os termos das EULAs (termos de uso do programa para os uauários finais) do MS Windows, MS Office, e outros programas proprietários. Para usuários Linux, não há medo de auditorias-surpresa, comun nos EUA, que são realizadas pelo BSA (Business Software Alliance[5]), que podem resultar em enormes multas por pequenas violações de licença.

(9) O Linux apresenta características de segurança superiores, incluindo ausência ou baixíssima taxa de infecção por vírus, cavalos de tróia, programas-espiões e outros malwares. Isso deve-se ao fato do UNIX e seus descendentes (incluindo o Linux) possuirem uma arquitetura que foi contruída desde o princípio com segurança em mente, ao invés de se preocupar com isso depois do sistema projetado. A disponibilidade do código fonte trás ainda um maior benefício, que é a possibilidade de ele ser auditado por milhares de pessoas simultanemanente, fazendo com que algum erro ou vulnerabilidade seja detectada e corrigida prontamente[6].

(10) O Linux é altamente resistente a falhas de sistema (system crashes) e raramente necessita reiniciar. Isso pode ser muito importante para grandes organizações e empresas, onde mesmo alguns minutos fora do ar podem significar grandes perdas. A razão para essa característica está na estrutura robusta do sistema, construído tendo o UNIX como base. Com isso, incorporou-se mais de 35 anos de experiência em estabilidade.

(11) Apesar do número e variedade de aplicações para Linux ainda não ser tão grande quanto para MS Windows, uma enorme seleção de programas existe e continua a crescer rapidamente com o número de desenvolvedores que criam programas para Linux. A grande maioria das aplicações para Linux também são livres (praticamente todas as mais populares), e muitas das suas características e performance são iguais ou superiores àquelas equivalentes que rodam no MS Windows. De fato, a maioria dos usuários Linux acham todas as aplicações que precisam na Internet, sem a necessidade de compra de licenças e aceitação de termos escusos.

(12) Há possibilidade de escolha de inúmeros sabores de Linux (muitas CENTENAS), cada um com seu conjunto de características, mas basicamente compatíveis entre si. Isso permite aos usuários escolher a versão que melhor atende às suas necessidades. Isso também significa que se um provedor de Linux sair de cena, haverá inúmeras outras opções de escolha com características semelhantes. Além do mais, isso cria uma competição saudável entre as distribuições, contribuindo para uma melhora contínua de qualidade e performance. Se as opções parecerem demasiadas em um primeiro contato, dificilmente alguém cometeria um erro em se escolher uma grande distribuição, como o Ubuntu, SuSe?, Mandriva, entre outras.

(13) O Linux oferece um alto grau de flexibilidade de configuração, e uma grande parte de alterações e "customizações" podem ser facilmente feitas, sem necessidade de se alterar o código-fonte. Na própria instalação há opções de se escolher uma estrutura otimizada para servidores, estações de trabalhos, computadores portáteis e tantas outras opções. A área de trabalho de uma estação de trabalho de uma estação Linux pode ser alterada de um número de maneiras quase infinitas, incluindo aí temas, ícones, sons, menus, etc. Se isso não for o sufuciente, e novas características precisarem ser adicionadas, o código-fonte sempre vai estar disponível para tais implementações.

(14) O Linux e outros programas livres utilizam formatos de arquivos abertos. Esses formatos são para processamento de texto, planilhas e outros tipos de arquivos que estão em conformidade com padrões criados por organizações internacionais, e podem ser usados por qualquer desenvolvedor para criar programs compatíveis entre si. Ao contrário, alguns programas proprietários utilizam também formatos fechados, que não são compatíveis entre si e são utilizados como ferramenta para forçar atualizações desnecessárias, na medida em que novas versões de formatos fechados não são compatíveis com os formatos antigos. Com o uso de padrões abertos e regulamentados por instituições internacionais, mesmo que o desenvolvedor/fabricante de programas não produza mais aquele formato, haverá inúmeras outras formas de usa-los e até mesmo converte-los para outros formatos.

(15) Em geral, o Linux é mais rápido dada uma especificação de equipamento, pois o código-fonte pode ser otimizado para aquele equipamento, além de ser mais enxuto, sem acréscimos de códigos para verificação de validade de licença, proteção a pirataria, etc.

(16) O Linux apresenta uma alta compatibilidade com outrossistemas operacionais. Ele consegue utilizar os sistemas de arquivos do MS Windows, agir como um servidor de rede MS Windows, provendo serviços para outros clientes MS Windows, e ainda consegue executar uma grande parte das aplicações para este sistema. Entretanto, os sistemas MS Windows não acessam os dados de outros sistemas operacionais.

(17) Padrões éticos são mantidos no Linux e também em outros programas livres, em grande parte devido a sua própria natureza aberta do processo de desenvolvimento e a livre disponibilidade do código-fonte. O Linux nunca foi condenado em tribunal federal americano por violar leis anti-truste ou outros crimes, nem teve que pagar pelo uso não autorizado de tecnologias de outras instituições

(18) O Linux reduz a necessidade de atualização ou reposição de equipamentos quando é atualizado para novas versões. Isto se deve à eficiência de seu código e a flexibilidade dos programas livres, que permitem que equipamentos com configurações modestas executem estes programs com eficácia. O que se pode observar em sistemas MS Windows é a crescente demanda por equipamentos mais modernos e caros, para realizar praticamente as mesmas tarefas.

(19) O Linux é capaz de operar em um amplo leque de opções de plataformas, ao invés de ficar preso a computadores e processadores Intel-compatíveis. Ele é muito escalar e é utilizado em vários tipos de equipamentos, desde supercomputadores, robôs industriais e equipamentos médicos até telefones celulares, modems ADSL e relógios de pulso.

(20) A escolha de utilização do Linux em instituições acadêmicas é uma escolha acertada por diversos motivos. Entre eles está o fato de não haver segredos (ao contrário dos programs proprietários), provendo ao estudante oportunidade de estudar como os computadores funcionam ao invés de apenas aprender a utilizá-los.

(21) Para agências governamentais o Linux e outros programas livres permitem transparência nos dados pois eles são armazenados em formatos padronizados por instituições internacionais, ao contrário dos formatos fechados dos programs comerciais. Essa transparência é muito importante para manter uma democracia efetiva. Manter dados não secretos em formatos que seguem padrões internacionais permite que qualquer um acesse eles sem ter que pagar por programas proprietários. Além disso, armazenar dados confidenciais em formatos padronizados é reconhecidamente mais seguro do que mantê-los em formatos proprietários[6].

(22) Com o Linux e outros programas livres não há muito o que temer diante de existência de softwares espiões (backdoors), pois o código-fonte está disponível para inspeção. Programs espiões ou backdoors são métodos de se obter acesso remoto ao computador atingido/infectado. Há uma preocupação comum em muitos governos e empresas de que programs espiões podem estar contidos propositalmente em programs proprietários. Em sua própria licença, a MS afirma: "6.AUTORIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS. O Adquirente concorda em que a Microsoft e as empresas suas afiliadas reúnam e utilizem as informações técnicas recolhidas como parte do suporte técnico, eventualmente existente, prestado ao Adquirente em relação ao software. A Microsoft poderá utilizar estas informações unicamente para melhorar os seus produtos ou para fornecer serviços ou tecnologias personalizadas ao Adquirente, comprometendo-se a não divulgar essas informações de nenhuma forma que identifique pessoalmente o Adquirente"[7] .Esse termo de aceite coloca em risco a soberania de uma nação, na medida em que algum governo que esteja utilizando tal sistema pode ter alguma informação vital violada.

(23) Utilizar e promover o Linux ajuda a manter uma diversidade e competição saudáveis através da indústria de programas. Esta competição pode promover avanço tecnológico, disseminação de conhecimento, melhorar a performance e dimunuir os custos tanto de programas livres e de proprietários. Tanto na teorica econômica quanto na experiência de centenas de anos na vida real mostram que monopólios tendem a não inovar, produzir produtos de baixa qualidade, inflacionar os preços e corromper sistemas políticos.

(24) Os sistemas Linux e os programs livres não apenas alcançaram, mas em alguns casos superaram suas contrapartes proprietárias, e continuam a se desenvolver a um ritmo bem mais rápido [8].

(25) O Linux e os programs livres provêem oportunidade para os usuários contribuirem para o desenvolvimento da tecnologia, mesmo em situações em que não há uma infra-estrutura adequada para tal. Para melhorar o desempenho de microprocessadores e outros equipamentos de alta complexidade, é necessário uma infra-estrutura milionária e muito conhecimento também "secreto". No entanto no caso de software livre, apenas é necessário um computador doméstico, boa vontade e criatividade.

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[1] Para artigos sobre recentes conversões para Linux, veja http://www.bellevuelinux.org/linux_success_stories.html

[2] Linux e a maioria dos programs livres são licenciados pela GPL (http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt).

[3] Essa foi a maior razão do Google ter escolhido o Linux.

[4] Atualizações forçadas ocorrem quando o desenvolvedor pára de dar suporte para versões mais antigas do seu software e assim correções de segurança para as novas ameaças (malwere, virus, etc) ficam indisponíveis e drivers não são mais desenvolvidos para os novos hardwares. Assim, muitos usuários tem poucas alternativas senão atualizar para a nova versão, e além do custo das novas licenças, provavelmente haverá o custo da aquisição de novos equipamentos, pois as novas versões de programs proprietários geralmente são mais pesadas computacionalmente.

[5] A BSA é uma entidade internacional muito controversa que é constituída pelos maiores fabricantes de programs proprietários do mundo.

[6] O mesmo princípio é empregado na infra-estrutura de chaves pública (ICP), que é a melhor forma de se criptografar dados, ao contrário do software proprietário, no qual se tenta manter o código secreto como um meio de esconder vulnerabilidades.

[7] http://download.microsoft.com/download/1/2/5/12538ba0-3d24-4f00-aab1-dd9ff4aacfc9/pt-br_client_eula.pdf

[8] Inúmeros exemplos podem ser citados: O Apache é o servidor mais utilizado na Internet, hospedando muito mais páginas do que seu rival proprietário e ainda assim, é mais seguro. Desse mesmo modo, o navegador Firefox apresenta uma série de vantagens e aperfeiçoamentos quando comparado ao Internet Explorer, há muito não atualizado (apenas corrigido regularmente).

[9] Nesse artigo, o nome do sistema Gnu/Linux é truncado apenas para Linux. Para quem não conhece, o Linux na verdade é apenas o cerne (kernel) do sistema. Todas as outras aplicações que vem em uma distribuição Gnu/Linux (ou apenas Linux para facilitar) são na verdade livres, sob a LICENÇA PÚBLICA GERAL GNU ou GPL. Por isso, é justo chamar as distribuições de "GNU/Linux" e não apenas de Linux, para fazer justiça às aplicações incorporadas ao cerne (Linux) do sistema. Exemplos dessas aplicações: GIMP (edição de imagem), GNOME (gerenciadoe de janelas) OpenOffice? (aplicativos para escritório), etc... Esses programs são GNU e alguns rodam até mesmo no MS Windows.

Extraído do site: 25 motivosLink